Menu fechado

Minério sofre mais um baque e impacta ações com novas restrições na China e desaceleração da economia global

Novamente, a China voltou a abalar os mercados em meio a novas restrições para diminuir os casos de Covid-19, enquanto o anúncio por Xangai da descoberta de uma nova subvariante da ômicron ganhou destaque no noticiário.

Os preços de referência do minério de ferro na Ásia caíram nesta segunda-feira devido a crescentes temores de enfraquecimento da demanda pela matéria-prima no país, maior produtora mundial de aço, onde várias cidades estão aplicando as novas restrições contra a Covid-19.

Com isso, na sessão, papéis de mineradoras e de siderúrgicas, mas principalmente de Vale (VALE3), registram queda na sessão. Às 12h05 (horário de Brasília) desta segunda-feira (11), VALE3 tinha queda de 3,28%, a R$ 72,93.

Os governos locais na China, que mantêm uma política dinâmica de zero Covid, estão adotando novas restrições –de paralisações de negócios a lockdowns– para conter novas infecções, com o centro comercial de Xangai se preparando para outra testagem em massa.

O aumento dos embarques de minério de ferro para a China a partir dos principais fornecedores, Austrália e Brasil, também está contribuindo para o clima negativo, disse ele. Isso pode aumentar os estoques de material importado no porto, que subiram pela segunda semana consecutiva, para 128,3 milhões de toneladas em 8 de julho, com base em dados da consultoria SteelHome. Enquanto isso, a demanda por minério de ferro deve permanecer fraca, já que as siderúrgicas chinesas reduzem a produção enquanto sofrem perdas devido aos altos estoques e aos pedidos mais lentos de aço.

Para os analistas do banco americano, os produtores de aço estão sob pressão nos Estados Unidos, China e na Europa e, desta forma, o minério de ferro deve se transformar em excedente. Assim, reforça a visão de baixa para os preços. A estimativa é de preço médio de US$ 95 por tonelada em 2023.

A recomendação para a Vale foi mantida em neutra, com o preço-alvo da ação ON sendo cortado de R$ 106 para R$ 99 e do ADR (American Depositary Receipt, ou ações da empresa negociadas na Bolsa americana) passando de US$ 20 para US$ 19. Para a CSN, para a qual também possui recomendação neutra, o preço-alvo foi de R$ 25 para R$ 23 para CSNA3 e de US$ 4,80 para US$ 4,40 para o ADR. No caso da CMIN3, o corte no preço-alvo foi de R$ 5 para R$ 4,70, com recomendação de venda para o ativo com a queda do minério e preocupação com a alocação de capital.

O BofA ainda seguiu com recomendação de compra para Gerdau com preço-alvo de R$ 45 para GGBR4 e para Usiminas com preço-alvo de R$ 45 para USIM5.

Na semana passada, o Goldman Sachs já havia cortado suas projeções para o minério de ferro em cerca de 15%, para US$ 100 a tonelada nos últimos seis meses do ano. Sua previsão de três meses para o ingrediente siderúrgico agora é de US$ 90 a tonelada.

Transição no mercado chinês

Olhando especificamente para o mercado chinês, neste contexto, Richard Tang, analista de Pesquisa de Ações na Ásia do banco suíço Julius Baer, aponta que a semana passada provavelmente marcou a transição do mercado chinês do rali do “pior já passou” para a consolidação de um “caminho acidentado” para os mercados. A temporada de resultados e as relações comerciais China-EUA são os principais eventos a serem observados além da pandemia de Covid-19.

“O mercado chinês encenou um rali significativo desde meados de maio na narrativa de ‘pior já passou’ catalisada por políticas de reabertura e estímulo, com ganhos de 15% e 18% no índice Hang Seng e no índice CSI300. O mercado foi catalisado principalmente pelo cenário macroeconômico e caracterizado principalmente pela recuperação do sentimento e reversão do desempenho, com as ações com pior desempenho anteriormente tornando-se os papéis de melhor desempenho”, avalia Tang.

 
 
 
 
 
Fonte: Infomoney 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *